Projeto Oficina de Redação: Lugar de Transformação
Profª Marlene O. Garcia da Silva
O texto não é um pretexto para nada. Ou melhor, um texto exige apenas na medida em que se constitui ponto de encontro entre dois sujeitos: o que escreve e o que lê, escritor e leitor, reunidos pelo ato radicalmente solitário da leitura, contrapartida do igualmente solitário ato da escrita. (Mendes apud. Zilberman 1989: 52).
Público-alvo: alunos que irão participar do processo de avaliação das Redações de Vestibulares e/ou que queiram melhorar sua produção textual (Terceirão)
Cronograma: uma vez por semana com duração de 1 hora e 30 minutos (2 aulas)
Justificativa:
Oficina: lugar onde se exerce um ofício. E, no sentido figurado, o lugar onde se dão grandes transformações. Apropriando-me do sentido benjaminiano para o estudo da narrativa, a oficina era, desde os primórdios dos tempos medievais, o lugar privilegiado da troca de experiências entre os artesãos entorno de histórias narradas a respeito das práticas vividas com relação (ou não) ao objeto a ser construído, transformado, aprimorado.
A Oficina de Redação será o lugar onde o aluno exercitará seus textos, sempre com base em leituras atuais, interpretação e/ou debates, aprimorando suas práticas e trocando suas experiências com os integrantes de seus grupos e/ou professora.
Será ressaltada durante o processo de produção textual a importância da releitura, da correção e consequentemente a refeitura.
A prova de Redação do vestibular tem como objetivo avaliar a expressão escrita do candidato, que deve desenvolver um tema a partir de um título, de imagem ou de leitura e compreensão e texto(s) oferecido(s) como motivação; levando em consideração alguns critérios básicos (I – Adequação; II – Coesão e Coerência; III – Informatividade e Argumentação), assim faz-se necessário a instrumentalização quando à aplicação destes critérios.
Objetivos:
Objetivos Gerais: - Preparar os alunos à pratica da produção textual, instrumentalizando-os quanto à aplicação dos critérios de avaliação propostos no Guia do Vestibulando. - Propiciar oportunidades de reflexão sobre as condições em que se dá a produção textual.
Objetivos Específicos: - Fornecer subsídios teóricos que orientem interpretações, reflexões e discussões a cerca do processo de produção textual. - Discutir os critérios propostos para a avaliação dos textos escritos. - Propor situações de aplicação prática dos critérios apontados. - Analisar comparativamente os resultados e refazer o texto (curto/longo prazo)Metodologia e Desenvolvimento: - Explanação dos critérios básicos da construção de texto. - Interpretação de textos como um exercício de verticalização. - Produção de texto com base em um dos textos e esboços apresentados durante a aula. - Correção individual, na qual professora e aluno definem os resultados (acertos e erros) e orienta o aluno à refeitura do texto (sala de aula ou em casa)Avaliação: Os alunos serão avaliados tendo como parâmetro os critérios básicos da construção de texto:
I – Adequação
* Ao tema proposto (considerar graus)
- interpretar adequadamente as situações propostas
- examinar criteriosamente os aspectos que envolvem o tema
- definir a melhor perspectiva de abordagem
* A modalidade escrita em língua padrão
- com domínio de: regras gramaticais
- normas ortográficas
- recursos de pontuação
* Do vocabulário
- uso apropriado, rico e variado (sem ser pedante)
* Ao número de linhas solicitado (mínimo e máximo)
II- Coerência e Coesão
* Organização
- partes do texto bem articuladas entre si e ao todo
- distribuição adequada em parágrafos
- conclusão decorrente do previamente exposto
* Encadeamento de idéias
- com continuidade (retomada de elementos no decorrer do texto)
- com progressão temática (sem circularidade)
* Uso de recursos coesivos
- elementos anafóricos não-ambíguos (pronomes, advérbios, elipses...)
- articuladores apropriados (conjunções, operadores discursivos)
* Relações semânticas pertinentes (sem contradições)
- entre palavras
- entre frases e parágrafos
III- Informatividade e Argumentação
* Nível de informação
- apresentar informações pertinentes às ideias desenvolvidas
- condizente com o nível de escolaridade
* Nível de argumentação
- selecionar argumentos e organizá-los de modo consistente
-revelar espírito crítico
- não apresentar noções generalizantes, indeterminadas ou vagas
- não usar clichês e lugares-comuns
A correção acontecerá durante a aula, na qual a professora informa ao aluno seus acertos e erros. O aluno deverá entregar seu texto refeito, sendo que este ficará arquivado em uma pasta. No decorrer do ano, o aluno fará uma avaliação do seu processo, comparando seus textos.
Referências:
BIASI-RODRIGUES, B. A diversidade de gêneros textuais no ensino: um novo modismo? Perspectiva. Revista do Centro de Ciências da Educação. UFSC, CED, Florianópolis: EDUFSC, 1983, pp.49-63.
FARACO, C. A. Norma-padrão brasileira: desembaraçando alguns nós. Linguistica da norma. Org. Marcos Bagno. Edições Loyola, 2002, pp. 37-61.
FURLANETTO, M. M. Produzindo textos; gêneros ou tipo. Perspectiva. Revista do Centro de Ciências da Educação. UFSC, CED, Florianópolis: EDUFSC, 1983, pp.77-103.
KOCH, I. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 2000.
KOCH, I. V.; TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2001.
KOCH, I. V. Desvendando o segredo do texto. São Paulo: Contexto, 2000.
PILAR, J. A redação no vestibular. Gêneros textuais e práticas discursivas. Orgs. José Luiz Meurer e Désirée Motta-Roth. Editora da Universidade do Sagrado Coração, 2002, pp. 159-174.
ZILBERMAN, R. A literatura infantil na escola. 4 ed. São Paulo: Global, 1985.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
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